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Efeito tesoura: O que é e como identificá-lo?

Atualizado: 4 de fev. de 2023

Em meados da década de 80, um professor chamado Michel Fleuriet criou uma metodologia dinâmica para análise das estruturas de um balanço e da saúde financeira de uma companhia. Em um contexto brasileiro, onde as estatísticas mostram que grande parte das empresas começam sua operação expostas as fragilidades e onde as principais alternativas de financiamento e obtenção de capital de terceiro é muito onerosa (vide as taxas de juros da última década).






Existem vários conceitos básicos e modelos relacionais da análise, disponíveis em um site brasileiro para que possamos verificar de maneira destrinchada os principais conceitos, referente a saldo de tesouraria até modelos mais complexos envolvendo todas as variedades.

Hoje, para fins de discussão, serão conceitualizados os seguintes conceitos: o saldo de tesouraria e seu efeitos. Todos, serão baseados no link a seguir:

Segue o link: https://www.modelo-fleuriet.com/

Conceito de Saldo Tesouraria

O Saldo de Tesouraria (T) é obtido pela diferença entre o ativo financeiro circulante (ATIVO ERRÁTICO) e o passivo financeiro circulante (PASSIVO ERRÁTICO). Um T positivo indica que a companhia tem solvência suficiente para lidar com obrigações financeiras de curto prazo sem reduzir os recursos alocados no ciclo operacional.

T = ATIVO ERRÁTICO – PASSIVO ERRÁTICO.

O Saldo de Tesouraria não é somente a diferença entre ativos e passivos erráticos, mas também é a diferença entre CDG e NCG. Essa é a segunda equação fundamental

T = CDG – NCG.

Enquanto é difícil avaliar o risco de deterioração do saldo de tesouraria a partir “de dentro” (das Contas Erráticos) como a equação (1) faz, a equação (2) torna possível monitorar as mudanças em T a partir de mudanças no CDG e no NCG.

Equação (1) T = ATIVO ERRÁTICO – PASSIVO ERRÁTICO.

O Efeito Tesoura

De modo geral, o “Efeito Tesoura” ocorre quando estão presentes as seguintes condições:


  1. As vendas da empresa crescem a taxas anuais elevadas.

  2. A relação NCG sobre vendas mantém-se, substancialmente, mais elevada do que a relação autofinanciamento e vendas, durante o período de crescimento das vendas (considerando-se que ambas as relações sejam positivas.)

  3. Durante o período de crescimento das vendas, as fontes externas que aumentam o Capital de Giro são utilizadas somente para novos investimentos em bens do ativo permanente que, por sua vez, diminuem o Capital de Giro.


O Efeito Tesoura ocorre com maior frequência durante a fase inicial e de rápido crescimento das pequenas e médias empresas, podendo também ocorrer em grandes empresas, quando as vendas crescem rapidamente.

Assim, mesmo que, durante a fase de crescimento rápido das vendas, as empresas aumentem seu Capital de Giro por meio de empréstimos a longo prazo e/ou aumentos de capital social (em dinheiro), o Efeito Tesoura poderá ocorrer, desde que esses fundos externos sejam utilizados unicamente para financiar novos investimentos em bens do ativo permanente.

O Efeito Tesoura, como evitá-lo?

Basicamente, você necessitaria utilizar-se de meios de autofinanciamento! Isto é, fazer com que suas vendas e suas produções sejam convertidas a bens de ativo permanente evitando a utilização de capitais tomados a curto prazo.

Isso se dá através das análises do Capital de Giro, Necessidade de Capital de Giro e Saldo de Tesouraria.

Mas o que isso pode causar, de forma prática?

Após toda a conceituação teórica, pergunta-se: De qual forma isso influenciará a minha empresa. Sintetizo, de autoria própria, alguns pontos práticos e importantes que isso causará a sua companhia, principalmente se for uma ME ou portes acima:

• Financiamento de sua necessidade de capital de giro com recursos obtidos por terceiros, no caso, empréstimos. O que causa uma diminuição constante da capacidade de solvência, isto é, independência da empresa fica prejudicada.

• A companhia não terá recursos suficientes para lidar com obrigações financeiras de curto prazo sem reduzir os recursos que poderiam ser alocados no ciclo operacional da empresa. Seria isso, não gastar para desenvolver-se mas sim, para pagar dívidas.

• Em caso de qualquer problemas em recebimento, a empresa estará sem capacidade de pagamento de custos essenciais como pagamento dos funcionários.

Como evitar isso, de forma prática?

Após verificar que esse é um problema a ser discutido de forma essencial em uma análise da empresa, verifica-se dois pontos:

Primeiro, realizar a tentativa de obter financiamento apenas para projetos específicos, ou seja, buscar empréstimos ou recursos de terceiros para uma atividade específica.

Segundo, preocupar-se com a destinação desses recursos e acompanhar mensalmente como está a previsão de recebimentos e pagamentos e o retorno dos seus gastos fixos (que se repetem todo mês).

Observações finais?

Nem sempre, uma empresa ficará preocupada com a estrutura de capital. Isso se deve pelo fim da organização ou até mesmo pela dependência estrutural de suas matrizes ou controladoras.

Há outras variáveis, que devem ser analisadas separadamente.


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